Depois das fortes quebras sentidas pelos mais diversos setores de atividade em 2020 fruto das medidas de mitigação da pandemia, 2021 começou com altas expetativas por parte de consumidores e empresas que, de acordo com o relatório anual da solução de conhecimento REDUNIQ Insights, acabariam por ser confirmadas no final do ano.
Ainda que janeiro e fevereiro de 2021 (altura de confinamento geral) tenham sido marcados por uma quebra de, respetivamente, 15% e 26% na faturação total dos negócios portugueses face a igual período de 2020, a variação homóloga da faturação entrou em território positivo a partir de março tendo atingido um pico de +57% em abril.
Em termos de recuperação “real” face ao período pré-pandemia, esta só se registou a partir de julho, sendo que o pico aconteceu em novembro (23%). 2021 acabou por fechar com um crescimento acumulado de facturação na casa dos 22% face a 2020.
Neste campo, uma palavra especial para a faturação proveniente dos pagamentos contactless que obtiveram no ano passado uma performance excepcional de 126% acima dos valores registados em 2020.
Faturação Nacional continua a ser o “motor” da economia
Como já tínhamos dado nota em anteriores relatórios, a faturação nacional continua a ser o “motor” da economia portuguesa desde que a pandemia tomou conta do país e diminuiu a atividade turística.
Segundo os dados do relatório anual REDUNIQ Insights, a facturação nacional recuperou mais rapidamente do que a facturação estrangeira (desde abril que foram ultrapassados os níveis de 2019), devido às exigências sanitárias impostas ao longo do ano.
Contudo, a partir do verão passado, a atividade turística entrou em rota de crescimento tendo registado em novembro de 2021 uma subida de 175% face ao período homólogo e de 15% face ao período pré-pandémico em 2019.
Depois de ter caído para um mínimo de 5% nos meses de fevereiro e março de 2021 face aos valores pré-pandémicos, o peso da facturação estrangeira foi, ao longo do ano passado, aproximando-se dos níveis de 2019, tendo registado um pico de 24% em agosto (em 2019 este valor era de 30%)
Grandes cidades recuperam mais lentamente
As grandes cidades onde o regime de teletrabalho foi mais evidente ou territórios onde o turismo era mais expressivo, recuperaram mais lentamente.
O primeiro trimestre de 2021 acabou por ser foi marcado por variações homólogas negativas em quase todos os distritos, tendo o total do país registado uma quebra de 13% face a 2020.
Com a maior abertura da economia que se seguiu às restrições mais severas de janeiro e fevereiro, o 2º trimestre do ano registou uma recuperação face ao período homólogo, tendo o país, no seu todo, registado variações positivas de 48% neste período a que se seguiu, respetivamente, recuperações de 24% e 31% no 3º e 4º trimestres.
Em termos globais, no ano de 2021 (em valores acumulados) verificou-se um crescimento da facturação total face a 2020 no valor de 22%, sendo as regiões dos Açores, Madeira e Faro as que registam uma performance relativa superior a 30% (Açores – 56%, Madeira – 43% e Faro – 30%)
Entrando na rubrica “faturação estrangeira”, observou-se que tanto a região dos Açores, como a região da Madeira, em virtude de terem vivido uma situação pandémica mais controlada, evidenciaram maiores crescimentos quer nos níveis da faturação estrangeira, quer nos níveis de faturação nacional.
Quando analisamos a evolução da faturação estrangeira nos Açores durante 2021, verifica-se uma variação da faturação estrangeira de 129% face ao período homólogo, enquanto na Madeira a variação da faturação estrangeira foi de 97%.
Estas foram as regiões que mais cresceram em 2021 por comparação a 2020.
Em termos gerais, as regiões de maior turismo (Açores, Madeira, Porto, Lisboa e Faro) começaram 2021 com um peso da facturação estrangeira muito abaixo dos níveis de 2019, mas no final do ano conseguiram atingir praticamente esses valores pré-pandemia.
No caso particular do distrito de Faro, o relatório acaba por indicar mesmo que a região registou um crescimento homólogo de 50% da facturação estrangeira, tendo esta superado, inclusive, os níveis de 2019 a partir de outubro.
Quanto à capital do país, observou-se uma variação homóloga anual positiva de 22%, semelhante ao que aconteceu no total do país, tendo, inclusive, registado valores superiores a 2019 a partir de setembro, com um pico de variação de 21% em novembro.
Já o Porto recuperou níveis pré-pandémicos mais cedo (a partir de maio), tendo no final do ano obtido uma variação homóloga positiva de 18%
Hotelaria & Atividades Turísticas e Restauração em rota de crescimento
Ultrapassados alguns dos constrangimentos à atividade económica verificados em 2020, ao longo de 2021 os diferentes setores foram recuperando a sua atividade, mesmo aqueles mais afetados pela pandemia em 2020, nomeadamente a Hotelaria & Actividades Turísticas, Moda, Perfumarias e Restauração.
Como estes setores foram dos mais afetados nos primeiros meses de pandemia, este fator acabou por resultar que alguns deles tenham sido os setores com maior variação nos valores da facturação face a 2020 (a hotelaria cresceu 61% e a restauração 59%).
Quando comparamos a faturação média do total das categorias, por ponto de venda, em 2021, observamos um crescimento de 13% face ao período homólogo com as categorias onde verificou um maior crescimento da desmaterialização dos pagamentos (contactless, por exemplo) como os setores da Restauração e dos Cabeleireiros.
Em sentido inverso, o setor dos Hiper & Supers foi o único com uma quebra na faturação média por ponto de venda anual (-2%).
Quando analisamos a evolução homóloga, por mês, de cada setor, podemos concluir que os únicos que sofreram uma quebra na faturação média por ponto de venda em abril foram os Eletrodomésticos & Tecnologia (-32%), o Retalho Alimentar Tradicional (-17%) e os Hipers & Supers (-3%).
Isto justifica-se pelo facto de terem sido dos únicos setores que cresceram no início da pandemia, nomeadamente em abril 2020.
Contactless foi responsável por 71% das transações em dezembro de 2021
Como já fomos aflorando ao longo deste artigo, a tecnologia contactless é cada vez mais importante para a faturação dos negócios portugueses.
De acordo com o relatório REDUNIQ Insights, o peso do Contactless tem vindo a crescer mês após mês ao longo dos últimos dois anos tendo passado dos 10% em janeiro de 2020 para os 53% no final do ano passado.
A importância dos pagamentos contactless para a recuperação dos negócios portugueses é ainda mais visível se atendermos às transações efetuadas durante o ano passado. Se em janeiro de 2020, 10% da faturação total dos negócios portugueses se devia a esta tecnologia contactless, em dezembro de 2021 os pagamentos contactless representavam já 58% da faturação total e tomavam parte em 71% das transações realizadas.
Esta consolidação dos pagamentos sem contacto vem comprovar uma crescente adesão dos portugueses a novas formas de pagar baseadas na utilização do smartphone ou wearables.
Estes novos hábitos de consumo dos portugueses acabam, consequentemente, por “imporem” aos negócios a necessidade de ajustarem a sua oferta em matéria de meios de pagamento.
Percebendo esta necessidade, a REDUNIQ está a ajudar estes negócios através do desenvolvimento tecnológico de terminais de pagamento automático (TPA) inovadores, como é o caso do terminal de pagamento automático Android REDUNIQ Smart que, além de permitir que uma loja física aceite pagamentos por cartão por contactless com cartão, chip, MB WAY, Google Pay e Apple Pay, traz incorporadas um conjunto de apps de gestão que auxiliam os negócios e lhes permitem ser totalmente móveis e digitais.